tudo estava indo bem até que meus olhos, te enxergaram no meio da multidão. até agora não sei como, pois você é tão pequeno. consegui enxerga sua indefesa. seu pedido de atenção, quando olhava para cima, procurando um olhar que fosse de encontro ao seu e que o acolhe-se com um pouco de afeto que fosse. em segundos meus olhos quiseram se inundar em lágrimas. e me senti acorrentanda por saber que não seria possível acolher você em meus braços e te passar um pouco de segurança, mesmo que fosse nos meus simples braços frágeis. mas que lhe passaria a segurança de amor e carinho que você tanto procurava. ver você entre os passos corridos dos estranhos que mal se enxergavam ao redor, me deixou mais aflita. a qualquer momento você seria pisoteado e mesmo assim as pessoas ainda continuariam a não te ver. ao mesmo tempo você se distraia com besteiras, não deixando de lado sua inocência, mas logo voltava a procurar atenção de alguém. isso tudo me matava por dentro. tentei desviar o olhar. mas não consegui, virei-me para ver se você ainda estava 'bem'. voltei a teimosia de fingir não te ver, como os outros. ainda acredito naquele ditado: 'o que os olhos não vêm, o coração não sente.' mas já era tarde, eu tinha te visto e já sentia um aperto no peito. aumentei o volume da música que ouvia, para tentar confundir com meus pensamentos que já estavam altos em minha cabeça naquele momento, mas não foi suficiente. quando me virei novamente para te ver, você havia sumido. procurei por todos os lados, mas já estava lá. senti um alívio, pensando que era só imaginação minha, mas ao mesmo tempo me senti horrível. hipócrita. me senti como todos aqueles que estavam a minha volta sem enxergar você. não sei se tivesse visto você novamente iria mudar alguma coisa. te trazer pra casa causaria muita discórdia, mas te deixar tão indefeso no meio daquela multidão seria pior. você, um simples gatinho, ainda filhote, me fez sentir muitas coisas hoje. espero que esteja bem.
e meu coração sentiu porque meus olhos lhe enxergaram.